Equipe da Biotec Maricá faz visitas técnicas a laboratórios da UFRRJ em Seropédica e ao campo Farmácia Viva

Locais são utilizados no desenvolvimento de ações realizadas em Maricá pelo projeto Farmacopeia

Representantes da Biotec, subsidiária da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) para biotecnologia, estiveram nesta semana nos laboratórios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em Seropédica para uma visita técnica às áreas do projeto Farmacopeia Mari’ká. Foram apresentados campos de cultivo, estufas e equipamentos empregados no programa que visa levar para Maricá tecnologias de produção de medicamentos, produtos fitoterápicos e de cosméticos.

O reitor da UFRRJ, Roberto de Souza Rodrigues, falou sobre a parceria com a Codemar. Foto: Leonardo Fonseca

“O diálogo com o município é muito importante e nos ajuda a construir tecnologia e desenvolver a ciência. Os dois projetos já começam com inovação e pesquisa. A população de Maricá vai perceber, lá na ponta, as políticas públicas que estão chegando”, disse o reitor da UFRRJ, Roberto de Souza Rodrigues.

Só o campo da Farmácia Viva vai receber mais de duas dezenas das espécies vegetais que integram a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (ReniSUS). Viveiros de mudas, áreas de manutenção da coleção de espécies e laboratórios de extração, análise e processamento de óleos vegetais foram visitados. Parte das produções e das pesquisas será levada para Maricá.

Erva cidreira é uma das espécies que serão cultivadas na Farmacopeia Mari’ká. Foto: Leonardo Fonseca

As plantas

Algumas são muito conhecidas; outras, nem tanto. Entre as plantas que compõem a Farmacopeia estão hortelã, alecrim, boldo, linhaça, lavanda, alcachofra, sálvia, cardo mariano, palma rosa, bardana, tomilho, erva cidreira, erva baleeira, aroeira e manjericão. Estas, no entanto, não são simples mudinhas. Elas foram selecionadas e melhoradas.

O professor Marco Andre Alves de Souza no campo de aroeiras. Foto: Leonardo Fonseca

Para chegar à erva cidreira ideal, identificada como 05 pelos pesquisadores, foi necessário observar o desempenho de plantas do Rio, Minas e Espírito Santo, como explica Pedro Damasceno, professor de genética e melhoramento:

“A gente as coleta em diversas áreas e traz para cultivar aqui. É importante ver como as plantas vão se desenvolver neste clima. Fazemos a colheita e analisamos em laboratório para saber se os princípios ativos existem em boa concentração e se não varia a produção ao longo do ano”, explica Pedro.

Processo de secagem das folhas para produção de extratos. Foto: Leonardo Fonseca

A 05, no entanto, estava mais perto do que se pensava: foi coletada na Baixada. Ela já pode ir para produção em campo. Para chegar a esse nível, o processo demanda até 5 anos de melhoramento.

Rigor científico

Para uso medicinal, a planta não pode apresentar variação na produção do princípio ativo ao longo do ano. O rigor na avaliação e produção de mudas é grande, com as estacas sendo cortadas exatamente do mesmo tamanho.

Pesquisa de fertilizantes para melhoria de qualidade do solo. Foto: Leonardo Fonseca

“Todas medidas com paquímetro, no comprimento e espessura. No campo temos mais de 200 genótipos (materiais genéticos diferentes) para seleção das que se mostram melhores para esse uso”, diz o professor de bioquímica Marco Andre Alves de Souza, coordenador de óleos essenciais do Farmacopeia Mari’ká.

O Farmacopeia também tem pesquisas envolvendo fungos e melhoramento de solo.

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