Teste com produção de mel em Maricá revela grande potencial

Cinco colmeias instaladas pela UFRRJ em parceria com a Codemar produziram 60 quilos de mel em cinco meses. Pesquisa faz parte do projeto Farmacopeia Mari’ká

No meio da Farmácia Viva, um campo de plantas medicinais do Farmacopeia Mari’ká, milhares de abelhas trabalham diuturnamente. Fazem um ofício fundamental de polinização das diversas espécies vegetais. Agora, as abelhas também são produtoras de dois grandes fitoterápicos: o mel e o própolis, que têm propriedades de cura e carregam os sabores de Maricá. Surpreendentemente, as abelhas africanizadas implantadas produziram cerca de 60 Kg de mel.

Colheita do mel na Farmacopeia Mari’ká. Foto: Paulo Ávila

O Farmacopeia Mari’ká é um projeto da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Realizado na Fazenda Nossa Senhora do Amparo, ele tem a missão de introduzir a cidade no mercado farmacêutico, atraindo empresas produtoras de remédios e cosméticos, além de levar opções de cultivos mais rentáveis para os agricultores locais.

Colmeia foram postas na Farmacopeia Mari’ká em novembro. Foto: Paulo Ávila

“O mel é formado por um açúcar mais saudável, a frutose, e tem antioxidantes que previnem o envelhecimento, sendo rico, ainda, em sais minerais e vitaminas. É boa fonte de energia também. O própolis é um destaque sendo composto por flavonoides bactericidas, fungicidas e antivirais. Tem também propriedade anticancerígenas comprovadas”, afirma Guaraci Cordeiro, professor da Rural à frente do trabalho com as abelhas.

Favo de mel com abelhas durante a colheita na Farmacopeia Mari’ká. Foto: Paulo Ávila

Este primeiro mel veio das floradas das plantas Cambará, Maricá e Sabiá. Mais notadamente da primeira árvore. Agora está chegando a época da florada das aroeiras, árvores muito presentes na cidade e que certamente deixará sua marca no mel.

Favo de mel durante processo de desoperculação. Foto: Paulo Ávila

“A florada interfere principalmente na cor e no sabor do mel. Este de Maricá ainda vai passar por análise, mas pela minha experiência como produtor aqui no estado do Rio, este tem o cambará bem pronunciado”, avalia Heitor Soares, aluno da UFRRJ que atua no projeto.

Cidade com grande potencial

A primeira coleta do mel foi muito significativa, com produção muito elevada. Desde novembro, as cinco colmeias de abelhas africanizadas implantadas produziram cerca de 60 Kg de mel. Ainda em fase de testes, neste primeiro momento o foco é o mel. Em seguida, começará o trabalho para produção de própolis.

Favo de mel pronto para ser colocado na centrífuga. Foto: Paulo Ávila

“O própolis é um grande destaque. As abelhas produzem o própolis usando resina de árvores para vedar e desinfetar a colmeia. Daí as propriedades medicinais que podemos aproveitar”, explica Guaraci, que é professor do curso de Zootecnia nas disciplinas de Apicultura e Meliponicultura.

A meliponicultura se diferencia da apicultura pelas abelhas: as da primeira cultura não têm ferrão enquanto as da segunda tem.

Favos sendo postos na centrífuga. Foto: Paulo Ávila

Negócio rentável

O cultivo de abelhas é um negócio que se adapta bem às características das propriedades rurais de Maricá, compostas em sua maioria por sítios e chácaras. As colmeias podem ser postas num espaço mais restrito, e as abelhas precisam encontrar seu alimento nas árvores e plantas com flores num raio de cerca de 1,5 Km. Ou seja, basta avaliar se há árvores suficientes na vizinhança.

A centrífuga em funcionamento. Foto: Paulo Ávila

Os equipamentos para um negócio do tipo, incluindo as caixas e instrumentos para processamento do mel, podem ficar em cerca de R$ 10 mil. O básico é ter as colmeias, uma mesa desoperculadora, uma centrífuga de mel que pode ser elétrica ou não, e um decantador.

Da centrífuga, o mel passa por uma peneira e é levado para o decantador. Foto: Paulo Ávila

“Este é o processo: depois de coletar os quadros com mel, a gente tira a membrana que as abelhas fizeram (desopercular) para fechar os favos. Os quadros são postos ne centrífuga que retira o mel dos favos e ele é peneirado. Depois, fica por dois dias no decantador para separar as bolhas de ar e qualquer pedaço de cera dos favos que tenha passado pela peneira”, finalizou Guaraci.

Envase do mel acontece dois dias depois de ele ter entrado do decantador. Foto: Paulo Ávila

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