Espaço Solidário no Centro de Maricá revela histórias e lutas de artesãs

Presidente da Codemar conheceu o local e ouviu relatos das empreendedoras

Um local totalmente dedicado à comercialização de produtos artesanais produzidos por empreendedores de Maricá. Este é o intuito do Espaço Solidário, recém-inaugurado na Rua Barão de Inoã, no centro da cidade, e que promove música, oficinas e palestras enquanto artesãos da cidade expõem seus produtos para vendas.

Nesta quarta-feira (16), o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), Hamilton Lacerda, conheceu o local e aproveitou para cumprimentar cada comerciante presente: “A identidade de um povo é fundamental para o desenvolvimento social de uma cidade”. Ele estava acompanhado do diretor de Economia Solidária da Codemar, Eugênio Soares.

Uma das empreendedoras com quem eles conversaram foi Benedita Rosa Barros, 76 anos, uma das artesãs mais antigas da região. Nascida e criada no bairro Caju, é de lá que ela cria o artesanato sustentável através da planta taboa, há 40 anos.

O processo de transformar a planta aquática em fonte de renda é longo.Benedita vai ao mangue no mesmo bairro onde mora. Depois de cortar a taboa, são necessários cerca de sete dias no sol forte até a planta secar. Essa secagem é um passo essencial para garantir que a planta fique resistente e não murche. Por isso, dias de sol são importantes para o trabalho dela. Só depois a tecelagem começa.

“Eu sou autodidata, aprendi tudo sozinha. Não tenho estudo, mas foi com essa arte que sempre ajudei minha família a botar comida na mesa. Quero que minha arte seja reconhecida por toda cidade e este espaço é essencial para isso, já que estamos no centro da cidade”, explica.

Identidade

“Quando você tem uma cidade que cria identidade e tem um povo amarrado na sua cultura e nos seus objetivos, as atividades econômicas são perenes. A identidade cultural faz com que tenha essa integração de pessoas e negócios diferentes”, disse o presidente da Codemar.

Muitos são os tipos de produtos artesanais comercializados no local: sapatos de crochê, bolsas, bijuterias, peças em macramê, roupas, enfeites, brinquedos de madeira, além de incensos artesanais, palo santo e peças em barro e planta taboa.

Para o diretor Eugênio Soares, a “economia solidária é integração, e aqui temos diversas feiras dentro de um único espaço físico”.

Arteterapia que gera renda

Moradora de Itaipuaçu, a advogada Roberta Bernardo, 35 anos, viu na pintura uma oportunidade de qualidade de vida que virou complementação da renda da família. A feira é uma oportunidade de o público conhecer o trabalho de pintura em cerâmica iniciado há três meses no Rabisquei Artes.

Após episódios de depressão, ela procurou ajuda médica e foi diagnosticada com transtorno do espectro autista e bipolaridade. Com indicação do terapeuta, buscou por atividades que lhe dessem prazer.

“Sempre gostei de desenhar, mas nunca vi isso como forma profissional e nem achava que eu desenhava a ponto de comercializar minha arte. Comecei pintando a parede da minha sala, depois os quartos e fui incentivada a pintar cerâmica. Me descobri desenhista e há três meses vendo minha arte. O medicamento sozinho não faz milagre, precisa de atividades que te trazem conforto e alegria”, celebra.

Palestra

O evento de quarta-feira contou ainda com a palestra “O papel da incubadora de inovação social Mumbuca Futuro no Desenvolvimento Econômico Local”, com Rayanne Medeiros.

Serviço

Mostra Solidária

Data: 11/10 a 19/10 (Sexta a sábado)

Horário: Todos os dias 17h às 22h 

Local: Espaço Solidário de Maricá, na Rua Barão de Inoã s/n, Centro, (terreno ao lado da praça de alimentação, em frente ao Escola Municipal Carlos Magno Legentil de Mattos) 

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