Encontro de alinhamento foi feito com coordenadores das metas do projeto
Com o objetivo de alinhar prazos e novos passos para o segundo semestre de 2023 e para o ano de 2024 do projeto Farmacopeia Mari’ká, a Biotec Maricá promoveu encontro com os pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) neste mês de junho. Os especialistas atuam como coordenadores e colaboradores da farmácia viva que está buscando tecnologia e segurança para uso de plantas medicinais em humanos e animais.
“Essa é uma reunião que vai definir todos os prazos no cronograma de execução do projeto até o ano que vem. Em especial, estamos definindo aqui quais os produtos que vão ser entregues, quais óleos essenciais e fármacos e em que quantidades”, apontou o presidente da Biotec Maricá, Eduardo Britto. O início dos laboratórios do projeto e todas as ações que começam entre os meses de julho e agosto também entraram em pauta.
O superintendente de Produção Integrada do Farmacopeia Mari’ká, professor João Araújo, destacou que é necessário um planejamento estratégico da produção.
“ A começar pelo o que a gente chama de drogas vegetais. No conceito da legislação, é o processamento da planta in natura. A gente coleta a planta e faz macerado, tintura e pomada. São usos que, neste momento, a gente pode colocar em prática. Vamos fazer a preparação de produtos que possam ser usados à semelhança do que a gente já vem fazendo com o spray de citronela, por exemplo”, explicou o professor João Araujo.
Metas do Farmacopeia
Cada pesquisador responsável por uma meta a ser desenvolvida ou já em desenvolvimento puderam definir e sugerir possibilidades de pesquisas e produção dentro do cronograma da subsidiária com a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar). Ao todo, são cinco metas:
Meta 1
A primeira meta é a produção de plantas e cogumelos, coordenada pelo professor Antônio Carlos de Sousa Abboud. Já foram instaladas duas estufas automatizadas e dois viveiros de mudas, totalizando 860 metros quadrados para cultivo de 25 espécies de plantas medicinais tropicais, adaptadas a Maricá, como a erva-baleeira, pimenta rosa, pitanga, araçá, jaborandi.
Meta 2
A organização de arranjos produtivos locais e o levantamento de saberes tradicionais sobre plantas medicinais já estão sendo realizados. As pesquisas colocam em pauta os usos e costumes das plantas medicinais não só da população maricaense, como também dos municípios vizinhos, segundo o pesquisador colaborador e professor Luiz Pellon.
“Essa meta se preocupa com a dimensão da inclusão social, geração de renda e desenvolvimento socioeconômico sustentável de Maricá na construção de um arranjo produtivo local, onde pensamos também regionalmente, não se limitando a Maricá”, explicou o professor Pellon.
Meta 3
A meta que aborda a garantia do controle de qualidade de plantas medicinais, drogas vegetais e produtos tradicionais fitoterápicos é coordenada pelo professor Douglas Siqueira de Almeida Chaves. Ainda no segundo semestre, a produção será com um número de espécies inicialmente limitado, onde o objetivo é chegar a 25, após o estudo da meta 2 para as implementações.
“No controle de qualidade, nós temos umas plantas já na universidade que vão ser utilizadas no projeto, e a partir dessas plantas já vamos produzir alguns extratos e fórmulas farmacêuticas. Em agosto ou setembro, temos a previsão de preparo de algumas drogas vegetais que vão ser disponibilizadas para a população, pensamos em torno de 500 a 1 mil unidades; e em outubro a gente atinge 3 mil unidades. Em 2024, além dessas drogas vegetais, vamos ter também as fórmulas farmacêuticas”, explicou o professor Douglas Chaves.
Meta 4
A meta de produção de óleos essenciais com plantas selecionadas e adaptadas ao contexto local, coordenada pelo professor Marco André Alves de Souza, vai atuar também com oferecimento de curso sobre destilação e produção de óleos essenciais no início do próximo ano.
“A gente tem algumas entregas, que são para eventos menores com óleos essenciais e o óleo puro para mostrar para as pessoas. Vamos fazer algumas apresentações e oficinas com produtos que contêm óleo como gel, álcool, gel aromatizado, creme e aromatizante de ambiente”, explicou o professor Marco.
Meta 5
A professora Magda Alves de Medeiros coordena a meta sobre pesquisa e serviços fitoterápicos: capacitação de profissionais sobre o uso humano e animal de plantas medicinais, pesquisas clínicas e pré-clínicas sobre plantas medicinais.
“A meta tem três propostas: aumentar o acesso dos produtos medicinais fitoterápicos para uso veterinário; capacitar os profissionais de saúde do SUS; promover pesquisa científica sobre a utilização de cogumelo em animais”, comentou a professora Medeiros.