Festa de lançamento, no dia em que a Madrinha faria 78 anos, teve sambão no Museu do Samba, na Mangueira
Casa de madrinha é sempre lugar de amor, crescimento e cultura. Não terá outro destino o lar da eterna Madrinha do Samba, Beth Carvalho. O imóvel onde viveu, em Maricá, será transformado num museu do samba para reunir seus afilhados e manter a cultura viva.
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“É muito bonito quando dá para fazer da casa da artista um espaço para o povo. Minha mãe era ligada a uma conduta social de pensamento de classe e isso se desenvolveu ali naquela casa. Ela foi tão grande por entender o Brasil. Acredito que ela gostaria de ver a sua casa como um museu vivo, com o samba sempre acontecendo ali. Gente fazendo samba, gente cantando o samba. Ela estaria realizada”, disse Luana Carvalho, filha de Beth.
O lançamento da Casa Museu Beth Carvalho foi feito na tarde deste domingo (5/05), dia em que a Madrinha do Samba completaria 78 anos de vida. O evento, no Museu do Samba, na Mangueira, Zona Norte do Rio, contou com show da cantora Ana Costa e dos grupos Samba pra Roda e Samba das Matriarcas. A iniciativa é da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar).
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“É o compromisso que a Codemar tem com desenvolvimento da cultura. O turismo e a cultura são peças fundamentais para Maricá no seu desenvolvimento. Beth Carvalho sempre esteve ao lado das cultura e da justiça social. A gente não poderia deixar a ilustre presença dela em Maricá sem uma homenagem”, frisou Hamilton Lacerda, presidente da Codemar.
A pesquisa histórica para a composição do museu foi toda organizada no livro “Beth Carvalho em Maricá: o samba é aqui”. Luana escreveu uma parte dele, falando com mais intimidade de um ponto de vista interior à casa.
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O museu
A residência onde Beth viveu com sua família fica de frente para a Praia de Cordeirinho. O imóvel será todo adaptado para ter salas de exposições, espaço para rodas de samba e outras apresentações, além de áreas de convivência e pesquisa. A museografia é assinada pelo arquiteto e cenógrafo Gringo Cardia:
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“É uma honra fazer esse trabalho preservando a história da Beth Carvalho, que abre um caminho no samba e é responsável pelo resgate de todo um passado, do início do samba, que é fundamental para o samba” explicou Gringo, antes de entregar mais informações sobre o projeto.
“Vai ser museu interativo onde você pode aprender a sambar, a trocar um instrumento. Maricá deve ser referência cultural para o estado do Rio inteiro”, garantiu.
O livro
A publicação traz, em suas mais de 700 páginas, registros fotográficos históricos, ilustrações e textos sobre a importância da artista para a cultura brasileira.
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“É uma alegria ser o organizador do livro, ao lado de Gringo Cardia. Um trabalho que marca o lançamento do projeto da Casa Museu. Um projeto gratificante onde reunimos pessoas de diversas áreas mas que têm relação de amor com a obra da Beth e do samba. É um trabalho fundamental para entender a história do samba brasileiro” finalizou o pesquisador Luiz Antônio Simas.
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