Viagem marca primeiro voo internacional do Voa Maricá; após desembarcar, equipe vai para Marselha
Quatro aviões do Voa Maricá com 22 atletas de handebol de praia, que vão fazer um intercâmbio de uma semana na França decolaram do Aeroporto de Maricá nesta quarta-feira (30/10). No país, os jovens talentos vão aprimorar técnicas da modalidade de quadra e oferecer sua experiência na versão de praia do esporte.
Os atletas maricaenses, divididos em equipes masculinas e femininas, têm entre 11 e 16 anos. Eles foram descobertos nos núcleos de handebol de praia, uma iniciativa da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb).
“Ninguém vira atleta de um dia para o outro, tudo isso é construído a partir de vivências. Essa oportunidade, especial para a cidade, é fruto de um projeto que nasceu para transformar a cultura esportiva em Maricá”,disse o prefeito de Maricá, Fabiano Horta, na solenidade que aconteceu na Arena da Barra, antes do embarque dos atletas no Aeroporto de Maricá.
“Eles vão pra um país onde o handebol é muito desenvolvido e, ao voltar, vão trocar a experiência que tiveram com outros jovens, estimulando a essa turma a enxergar, no esporte, um processo fundamental da educação como um valor humano”, acrescentou.
Legado para Maricá
O presidente da Codemar, Hamilton Lacerda, ressaltou que o intercâmbio é resultado do esporte como uma importante estratégia de política pública em Maricá.
“Levar o esporte como uma política estratégica de cidadania e de justiça social é um compromisso da Codemar, do prefeito Fabiano Horta e tenho certeza que é o compromisso do prefeito eleito Washington Quaquá”, disse Lacerda.
Ele acrescentou que a garotada selecionada é uma equipe altamente competitiva. “Eles vão poder levar o nome de Maricá para outros lugares do Brasil e também do mundo. Estamos criando legados da modalidade aqui em nossa cidade. Outro legado é a nossa arena, um grande espaço, que pode receber esportes de areia de todos os tipos”, explicou.
Alice de Freitas Zacconi, de 12 anos, mesmo tão jovem reconhece a oportunidade que o esporte está oferecendo. Muito animada, destacou que está muito feliz e sua família emocionada.
“Estou muito grata com tudo isso que está acontecendo na minha vida. Eu não achei que iria tão nova para fora do Brasil e, ainda, para aprender mais sobre handebol. Estou muito ansiosa e feliz. A minha mãe chorou muito, ela nunca foi para fora do país, e eu bem nova com essa oportunidade”, comentou Alice.
Unidos pelo ‘sim’
Antes de embarcar no Aeroporto de Maricá, os irmãos gêmeos Izaque e João Moura, de 14 anos, comentaram que quase ficaram fora da viagem aguardando a autorização da mãe.
“A gente soube da viagem há um mês e durante esse tempo ficamos tentando convencer a nossa mãe para dar permissão. Nosso treinador também tentou nos ajudar. Foi difícil, mas no finalzinho deu certo e ela deixou. Nossa mãe chorou muito na ida para a Arena e na vinda para o Aeroporto”, disse João.
Izaque ainda lembrou que a viagem para França é a realização de um sonho. “Eu falei comigo mesmo que iria viajar um dia para a França, e foi antes de iniciar no esporte, e agora temos essa grande oportunidade”.
O intercâmbio
Após desembarcar em Paris, os atletas vão para a cidade de Marselha, no Sul da França, onde vão participar do intercâmbio. Mas a equipe volta à Cidade Luz, sede dos mais recentes jogos olímpicos, para fazer um tour. Eles vão visitar o Centro Olímpico Francês, a Maison du Handball, a Torre Eiffel e outros pontos turísticos. Eles vão ter também atividades com Damien Deschamps e um minitorneio com clubes da região da Provença.
“Mais uma vez, Maricá se adianta e consegue enviar uma equipe local de categoria de base para ter essa experiência internacional e começar a fazer um projeto entre dois países que têm excelência: o Brasil na praia e a França na quadra. Todos ganham com essas iniciações e trocas de conhecimentos”, afirmou Gulliver Esteves, diretor de handebol de praia da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb).
Para Ronaldo Cunha, que é especialista em handebol e representante do clube francês para a América do Sul, essa parceria não vem apenas no âmbito do esporte, ela vai envolver culturas, economia, formação e troca de experiências e conhecimento.
“O Brasil precisa de uma sociedade melhor e as pessoas que administram hoje esse projeto são visionárias, elas buscam exatamente uma mudança socioeducativa para esse povo. O esporte é o caminho para essa mudança, sendo justamente o elo que sustenta e dá segurança para essa transformação. A parceria para que mais intercâmbios aconteçam é uma certeza estabelecida”, destacou.
Primeiro voo internacional com conexão
A diretora de Operações da Codemar, Marta Magge, comemorou a conquista do primeiro voo internacional com conexão do Aeroporto de Maricá.
“Essa é uma conquista incrível, é Maricá para Paris, com conexão. Um marco muito importante aqui para Codemar e para o Aeroporto. Estamos muito felizes por essa experiência proporcionada a jovens que irão trazer um grande futuro para cidade”, finalizou Magge.
Apesar de marcar o primeiro trajeto internacional a partir do Aeroporto de Maricá, os voos para outros destinos além de São Paulo pelo programa Voa Maricá ainda não estão à venda para o público em geral.