Unidade compacta utiliza micro-organismos naturais em procedimento
A Estação Inovadora de Tratamento de Esgoto, compacta e que utiliza micro-organismos naturais para fazer o tratamento das impurezas do esgoto doméstico, recebeu a licença de operação da Secretaria de Cidade Sustentável de Maricá. Para a emissão da licença, a estação de tratamento atendeu 12 parâmetros laboratoriais exigidos pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Entre os principais resultados de parâmetros físico-químicos exigidos pelo Instituto, está a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), atendido com 97% de eficiência pela estação. A licença da Secretaria de Cidade Sustentável de Maricá tem cerca de 30 condições de validade.
Localizada em Itaipuaçu, a ETE começou a operar em agosto de 2023. Neste momento, com a licença de operação, a Mikroete está apta para operar plenamente. Inclusive, pode ser expandida para outros locais.
Outro fato importante é que a estação teve sua tecnologia de tratamento homologada pela Companhia de Saneamento de Maricá (Sanemar), pois a sua configuração é exclusiva, incluindo a utilização de bioinsumo, que são os micro-organismos naturais.
A Estação Inovadora de Tratamento atende, atualmente, cerca de 150 pessoas por dia, com capacidade para atender até 600 pessoas. Por dia, a ETE está tratando de 12 a 15 mil litros de esgoto.
“É uma ETE que podemos instalar em bairros que não têm tratamento ainda. Principalmente em locais mais isolados, porque é uma estação compacta. Com a ela, temos uma capacidade boa de tratamento de esgoto. Estamos atendendo a legislação, trazendo saúde e proteção ambiental para Maricá”, explicou o engenheiro sanitarista Raul Severo.
A iniciativa é da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Companhia de Saneamento de Maricá (Sanemar).
O processo de tratamento
O processo de tratamento está dividido em três sistemas: anaeróbio, aerado (presença de oxigênio), e anóxico (baixa quantidade de oxigênio). O esgoto coletado passa por essas etapas, interagindo com uma comunidade de micro-organismos.
Estes micro-organismos, inicialmente presentes em quantidade limitada no próprio esgoto, são multiplicados bilhões de vezes em laboratório, por meio de um Biorreator Microbiológico Integrado no processo de tratamento na Mikroete.
Ao entrar em contato com o esgoto, esses micro-organismos desempenham um papel crucial na oxidação da matéria orgânica, alcançando uma eficiência notável.
O processo é totalmente biológico, e não afeta o meio ambiente, pois são utilizados micro-organismos naturais presentes no local.
Após o tratamento biológico, existe a etapa de polimento com filtragem de areia e cloração. Dessa forma, a equipe segue o padrão das normas sanitárias e pode lançar o esgoto tratado na rede pluvial (que recebe as águas da chuva).