Tilápias estão em média 90g mais pesadas desde que passaram a ser alimentadas com a ‘comida caseira’ feita pelo Ciamar, em comparação com marca comercial
O Centro de Inovação em Aquicultura de Maricá (Ciamar) deu início aos testes com sua ração para camarões de fabricação própria nesta quinta-feira (23/01). O centro faz parte de um complexo industrial pesqueiro que inclui, além da produção dos crustáceos e rações, o cultivo de tilápias. Os peixes já vêm participando dos testes de ração e os que receberam alimentação própria estão 90 gramas mais pesados do que os que se alimentam com a ração comercial.
O Ciamar é uma iniciativa da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF). As instalações ficam na Fazenda Pública Joaquín Piñero, no Espraiado.
O teste
Quatro tanques estão povoados no momento no Ciamar: dois com camarões e dois com tilápias. Um de cada está recebendo a ração comercial de qualidade, e os outros estão sendo abastecidos com a ração própria.
Para Khauê, o crescimento mais rápido dos animais é mais um ponto a favor do uso da ração própria, uma vez que chegando ao peso ideal mais rapidamente, a produção ganha velocidade, com mais ciclos em menos tempo.
Tipos de ração
Há diferenças fundamentais entre a ração para camarões e tilápias, e isto é levado em consideração pela fabricação própria. Os peixes preferem comer na flor da água, exigindo uma ração que boie. Já os crustáceos se alimentam no fundo, fazendo com que a ração para eles seja mais densa para afundar.
“Há diferença na composição da ração também. Os camarões são mais carnívoros, então a ração precisa ter bem mais proteína. Enquanto as tilápias são onívoras, comem de tudo, não exigem tanta proteína assim”, diferencia Rosana.
A alimentação leva em conta até a saúde dos animais. As tilápias, por exemplo, que possuem memória imunológica, recebem uma ração mais simples, enquanto a do camarão é produzida com aditivos que ajudam na imunidade dele:
“Na comercial, a gente precisa misturar esse aditivo. Ele acaba ficando por fora do grão e uma parte se perde na água. Fabricando o alimento do camarão aqui, podemos garantir esse aditivo dentro dos grãos, tendo certeza que os animais estão recebendo a quantidade que precisam”, ressaltou Khauê.