Uma estação de tratamento de esgotos (ETE) compacta e inovadora que usa micro-organismos para fazer a limpeza dos efluentes residenciais. A primeira unidade está funcionamento no bairro Itaipuaçu e passando por constantes aprimoramentos. A capacidade de atendimento chega a 600 pessoas.
Quase que totalmente construída dentro de um único contêiner, a Mikroete pode ser instalada em poucos dias e de forma mais barata que grandes ETEs e elevatórias. Sua tecnologia transforma o esgoto residencial em água de reuso em condições de ser devolvida ao meio ambiente sem causar qualquer impacto poluidor.
A Mikroete de Itaipuaçu representa um marco inovador no tratamento de esgoto no Brasil, sendo uma estação única em todo o país, com a utilização pioneira de micro-organismos naturais. Este projeto, da Prefeitura de Maricá e executado pela Codemar em colaboração com a Sanemar e a Universidade Federal Fluminense (UFF), marca uma nova era no saneamento básico.
O funcionamento da Mikroete é notável em sua abordagem biológica. O esgoto coletado passa por várias etapas, interagindo com uma comunidade de micro-organismos naturais. Estes micro-organismos, inicialmente presentes em quantidade limitada no próprio esgoto, são multiplicados bilhões de vezes em laboratório através de um Biorreator Microbiológico Integrado. Ao entrar em contato com o esgoto, esses micro-organismos desempenham um papel crucial na oxidação da matéria orgânica, alcançando uma eficiência notável.
A eficácia do tratamento é notável, eliminando o odor e formando um mínimo de lodo, com uma remoção de 98% das impurezas. Além disso, o processo é totalmente biológico, não afetando o meio ambiente, pois utiliza micro-organismos naturais presentes localmente.
A Mikroete captura o esgoto pelo método tradicional de rede de coleta, o que contribui para a redução de custos. Inicialmente, a estação atende residências de aproximadamente 500 pessoas em Itaipuaçu, representando o pioneirismo de uma série de estações de tratamento de esgoto revolucionárias que estão por vir.
A aplicação dessa tecnologia não se limita a Maricá, sendo considerada uma tendência que pode revolucionar o tratamento de esgoto em grande escala. A possibilidade de implementar essa abordagem em estações de tratamento de esgoto já existentes é viável, implicando melhorias na estrutura com custos reduzidos.
A Mikroete de Itaipuaçu não apenas redefine os padrões do saneamento básico, mas também promete ser uma tecnologia exportável para outras cidades brasileiras. Estudos nesse sentido já estão em andamento, apontando para uma revolução abrangente no tratamento de esgoto e um divisor de águas na história desse setor.