Jovens voltaram para casa na noite de terça-feira com a missão de disseminar o aprendizado que trouxeram na bagagem
Foram 40 horas de treino intenso em três dias, milhares de passos pelas ruas de Paris em um dia e meio, 21.000 quilômetros rodados entre o Brasil e as cidades francesas visitadas e aprendizados tão grandiosos que não é possível medi-los. Chegou ao fim, na noite desta terça-feira (5), o primeiro Intercâmbio Maricá-França de handebol.
Para a maioria dos atletas, esta foi a primeira viagem internacional e o maior tempo que ficaram distantes dos pais. Conhecer uma cultura diferente e aprender a viver em deslocamentos faz parte da formação de atletas, bem como a convivência em concentrações e alojamentos, como experienciaram.
Para Sônia Souza, 16 anos, a viagem foi um divisor de águas em sua vida. “Foi minha primeira viagem internacional e sozinha. Aprendi tanto que nunca vou esquecer de tudo o que vivi nesses dias. Pratico handebol há um ano e nunca imaginei que o esporte fosse me proporcionar tudo isso”, comemora.
Iniciativa da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e com a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), o intercâmbio levou 22 atletas das equipes masculina e feminina de handebol de areia para Marselha, no sul da França.
Eles aprenderam técnicas de handebol de quadra com alguns dos maiores nomes do esporte: Damien e Dominique Deschamps. Professores e treinadores que atuam nos polos de handebol mantidos pela iniciativa em Maricá também foram capacitados.
Investimento
“É muito bacana estar aqui recepcionando essa garotada que retorna dessa viagem exitosa na França e também promovendo esse importante projeto de handebol, trocando experiências com os atletas franceses”, afirmou Hamilton Lacerda, presidente da Codemar.
“Investir no esporte é investir nesses jovens, investir no social, mas também na economia. São eles que levarão o nome de Maricá pelo mundo e que trarão para cá competições que movimentam todo o ciclo econômico da cidade”, acrescentou.
Missão
Os atletas foram selecionados nos diversos núcleos que existem na cidade e já foram agrupados num time, o ADM (Associação Desportiva Maricá). Com a volta de Marselha, onde treinaram, e de Paris, onde viram um pouco da cultura local, para Maricá, eles têm a missão de disseminar o que aprenderam com os companheiros. É o que pensa Damien Deschamps, renomado treinador e ex-jogador de handebol que deu a maior parte dos treinos:
“Esses atletas ainda tão jovens vão voltar e levar na bagagem tudo isso que estão aprendendo aqui. Eles vão compartilhar isso com os que não vieram e vão levar a qualidade do handebol brasileiro. Com ações com esta, o Brasil, que tem bons atletas, certamente será potência no handebol em breve”, garantiu Damien.
Além de Damien, o seu pai, Dominique Deschamps, um pivô lenda do esporte na França, ministrou treinos com os brasileiros, além de Ronaldo Cunha, brasileiro formado na academia francesa de handebol. Os jovens ainda tiveram contato com Joel da Silva, treinador português do clube de Toulon, cidade vizinha a Marselha, e com a jogadora brasileira Adriana Cardoso, a Doce, que defende o mesmo clube e a seleção brasileira.
“Uma experiência fantástica para esses atletas que puderam aprender sobre a escola francesa de handebol, a melhor do mundo. Eles tiveram contato com diversos dirigentes, treinadores, ex-treinadores e jogadores franceses, também com a Doce. Maricá fez nome aqui na França” defendeu Ivaney Mascarenhas, presidente da Federação de Handebol do Estado do Rio e representante da CBHb no intercâmbio.
Cultura
Os jogadores puderam passar um dia e meio em Paris, conhecendo pontos turísticos e a cultura de um país que desponta no handebol mundial. Viram também a rotina mais calma da região da Provença onde fica Marselha.