Produção de pitaya na Fazenda Pública floresce e chega ao período da colheita

Tecnologias trazidas pelo Inova Agroecologia, da Biotec com UFRRJ, para o cultivo da fruta visam baratear custos e aumentar a produtividade com variedade

Doze meses após o plantio, o início deste ano foi marcado pela primeira floração e frutificação da produção de pitaya da Fazenda Pública Joaquín Piñero, no Espraiado. Ganhando visibilidade no mercado brasileiro devido ao alto valor nutricional que a fruta contém, com o objetivo de fortalecer a agroecologia no município, há um ano e meio, especialistas do projeto Inova Agroecologia iniciaram o cultivo de pitayas em Maricá. Atualmente, estão sendo cultivadas 144 plantas de seis variedades e a expectativa é de que renda até cinco vezes o equivalente ao custo de produção em alguns anos, com destino certo para a merenda escolar da rede municipal.

O Inova é idealizado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em parceria com a Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá), por meio da Biotec Maricá, e inclui atividades científicas e tecnológicas, com o auxílio de profissionais, entre professores, especialistas e técnicos da universidade.

“A pitaya chegou no Brasil apenas na década de 90. Por esse motivo, sua produção e comercialização ainda são tímidas em comparação a outras frutas, apesar de ela ter um grande potencial de mercado e ser uma planta resistente e relativamente de fácil manejo. Este estudo vai verificar a viabilidade da produção”, conta o presidente da Biotec, Eduardo Britto.

O cultivo das 144 plantas está sendo feito para identificar as mais adaptáveis e produtivas para a região, na área experimental da Fazenda Pública Joaquin Piñero, no Espraiado. O estudo está sendo desenvolvido por técnicos da UFRRJ do campus de Campos dos Goytacazes, que estão testando novas tecnologias visando baratear os custos de produção e aumentar a produtividade da lavoura. Aliada na prevenção e no combate de doenças, a pitaya é versátil e pode ser consumida fresca ou seca, funcionando perfeitamente para aromatizar e compor sucos, drinks, vitaminas e até pode ser usada como corante e espessante naturais.

Plantio nas entrelinhas

O plantio nas entrelinhas tem inúmeros benefícios, entre eles, proteger o solo do superaquecimento, que pode ser prejudicial as raízes, além de atuar na manutenção da umidade e aproveitamento da área e diversificação de culturas.

“Em qualquer cultura o espaçamento pode ser utilizado para otimizar a produção e obter boas rentabilidades. A Pitaya é sazonal, o agricultor teria renda de dezembro a maio.  Nesse período cultivando na entrelinha, ele geraria renda na mesma área vinda de outra fonte. Aqui plantamos soja hortaliça, dois tipos de feijão de vagem e arroz vermelho”, explica o engenheiro agrônomo do Inova, Paulo Henrique Borgatti.

Produção chegará ao topo no terceiro ano de vida da planta

De acordo com o engenheiro agrônomo e um dos responsáveis pela pesquisa, Antônio Amorim Brandão, as plantas estão com oito meses de plantio. “Essa primeira colheita será pequena, pois as plantas estão muito jovens. Elas atingem o pico de maturidade e produção a partir do terceiro ou quarto ano de vida. Queremos, através do estudo, inserir novas tecnologias e analisar economicamente os custos de produção e potencial de ganhos conforme a produção alcançada. Uma das inovações é o uso de tutores vivos, que são plantas que servem de suporte para as pitayeiras, no caso, a espécie escolhida foi a Gliricidia. A expectativa é de que renda até cinco vezes o equivalente ao custo de produção”, explica.

Entre o período de produção de mudas e o plantio em Maricá, foi feito o acompanhamento para que fossem podadas, irrigadas e recebessem tratamento preventivo antifúngico orgânico. As variedades escolhidas foram: vermelha da polpa branca, vermelha da poupa vermelha, de polinização cruzada; Golden de casca amarela e outras três variedades desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): BRS Lua; BRS Granada; e BRS Minipitaya. As quatro últimas têm o diferencial de serem auto férteis, ou seja, não dependem de outra planta para a polinização, processo em que o grão de pólen é levado até a região onde está o gameta feminino da planta.

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