Coordenadores do Inova Agroecologia levam para o Senegal práticas aplicadas em Maricá

Por Marcelle Corrêa

Projeto de cooperação tem missão de realizar transição para um sistema agroecológico

Docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) que atuam na coordenação do projeto Inova Agroecologia Maricá estão passando o mês de dezembro no Senegal em uma missão do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Lá, eles aplicam conhecimentos que ajudaram a desenvolver em Maricá. O Inova é um programa da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) em parceria com a UFRRJ.

A visita faz parte do projeto de “Fortalecimento de práticas agroecológicas para o estabelecimento de sistema participativo de certificação no programa de Fazendas Naatangue”. O objetivo é realizar formação em práticas agroecológicas e assistência técnica para três comunidades de agricultores do Senegal: Kolda, Thiepp e Sessene.

Os engenheiros agrônomos João Araújo e Antônio Abboud, que em Maricá atuam na disseminação de sistemas orgânicos de cultivo pelo Inova Agroecologia, participam do projeto.

Eles levaram todo conhecimento técnico de 30 anos atuando na área agroecológica a fim de auxiliar na proposta de soberania alimentar nas três comunidades.

Desafios

Em 2019, a equipe já tinha ido ao Senegal para realizar treinamentos e transferência de tecnologias. Agora, estão de volta. “Na mala, trazemos sementes, insumos e equipamentos. Na cabeça, muitas ideias, tecnologias e inovações para adaptar a realidade dos agricultores, que em geral, são obstinados a desafiar as intempéries do deserto e dele forjar o milagre de produzir alimentos”, diz João Araújo.

Segundo ele, “agricultura é essencialmente ancestralidade, tradição, cultura e poesia, pois alimenta o corpo e nutre a alma de esperanças”.

Durante as missões, os profissionais se reúnem com a equipe de coordenação senegalesa para discutir os avanços do projeto e redesenhar as atividades para os próximos quatro anos, visitando instituições governamentais e ouvindo famílias de agricultores assistidas pelo projeto.

“Apesar das peculiaridades de cada região, todos os objetivos do projeto estão sendo alcançados. É um projeto piloto que tem como objetivo formar e dar assistência técnica a técnicos e agricultores no âmbito da produção orgânica seguindo princípios agroecológicos”, afirma Antônio Abboud.

Impacto

As ações têm impactado positivamente os pesquisadores durante a realização de treinamentos de produção orgânica com os agricultores para avaliação do plano de manejo nas 75 propriedades assistidas.

Foto: Divulgação

“O agricultor Laye mora com suas três esposas e filhos. Eles consolidaram as técnicas de manejo do solo, de irrigação e uso eficiente da água, diversidade de cultivos e produtos, manejo de pragas e doenças sem empregar agrotóxicos e segurança alimentar para a família. A satisfação de presenciar essa evolução e ver a obstinação desses agricultores para produção de alimentos em região tão inóspita é gratificante e resignificante”, celebra Araújo.

Práticas agroecológicas

O projeto no Senegal foi iniciado em 2017 e tem a missão de adequar as unidades participantes na iniciativa para a produção agroecológica e instalar um Sistema Participativo de Garantia como modelo para a certificação orgânica no país.

Entre os principais objetivos estão a produção de alimentos em condições de semiárido a desertos, tecnologias alternativas e de baixo custo e manejo de pragas e doenças sem emprego de agrotóxicos.

A equipe brasileira conta também com Anelise Dias, do Departamento de Agrotecnologia e Sustentabilidade/IA, e Cristina Ribeiro, da Associação dos Agricultores Biológicos do Rio de Janeiro (Abio), e técnicos da ANIDA (equivalente ao MAPA no Brasil) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

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