Mostra reúne fotografias de três povos feitas pelo antropólogo na metade do século passado
Uma exposição de fotos sobre a vida em aldeias indígenas feitas pelo antropólogo e educador Darcy Ribeiro foi inaugurada na Casa de Cultura de Maricá, na tarde desta quinta-feira (26/10), no dia em que o intelectual completaria 101 anos. A mostra, realizada pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), reúne 29 imagens do acervo do Museu do Índio, e retrata o período em que o intelectual viveu com três dos povos originários, ainda na metade do século passado.
A exposição “Kadiwéu.Ofayé.Urubu-Ka’apor – Os índios de Darcy Ribeiro” é um recorte da exposição “O olhar precioso de Darcy Ribeiro”, exibida pela primeira vez em 2010 com curadoria do fotógrafo e antropólogo Milton Guran, e fica na Casa de Cultura de Maricá até o dia 26 de novembro.
“A homenagem que a Codemar faz vai muito além da exposição”, disse Hamilton Lacerda, presidente da Codemar.
Ele lembrou que a companhia promoveu uma série de webinários que discutem o impacto da obra de Darcy nos dias de hoje.
Ele contou também que a empresa tem um livro sobre a obra do antropólogo, organizado pelo arquiteto e artista Gringo Cardia, além da Casa Museu Darcy Ribeiro, residência onde ele viveu em Maricá que está sendo reformada para abrigar acervo do intelectual.
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“Todo esse empenho resgata o significado da obra de Darcy e amplia a autoestima do maricaense, que tem na figura do educador o orgulho de amar a mesma cidade”, destacou Hamilton Lacerda.
Povos indígenas
Para o presidente da Codemar, a cultura é viva, e um retrato disso, segundo ele, é o fato de como é encarado, hoje, o nome da mostra, que utiliza o termo “índios”, ainda em uso quando ela foi pensada. “É papel da educação ressignificar o mundo, e a obra de Darcy tem a ver com isso”, disse Lacerda.
“Sabemos da importância do trabalho de Darcy com os povos originários. A partir dele entendemos, hoje, essas populações como povos originários, comunidades importantíssimas para a formação do Brasil, com toda a sua diversidade. Aqui, nessas fotos que Darcy fez, podemos ver a diversidade”, ressaltou Lacerda.
Educação
Fernando Esteban do Vale, representante do Museu do Índio, responsável pelo acervo em exibição, elogiou a mostra.
“A gente acaba tendo mais acervo do que espaço para expor. Levar o acervo para a população é muito importante. Ainda mais em Maricá, uma cidade com a presença de indígenas e com o nível de preocupação social com essas populações”, garantiu.
Para o diretor de Economia Criativa e Sustentabilidade da Codemar, Paulo Neto, investir na preservação da cultura é garantir o desenvolvimento de um futuro melhor.
“Um povo sem cultura, sem história, não tem futuro. A Codemar busca uma nova economia mais sustentável, limpa, integrada a todas as dimensões da vida. O investimento na Casa Darcy Ribeiro, assim como na da Beth Carvalho e na da Maysa, aponta para esse novo modelo de desenvolvimento”, afirmou.
Vivências
Darcy tinha menos de 30 anos de idade quando se voltou para os indígenas e foi até eles para entender como eram essas sociedades. A primeira pesquisa foi entre os Kadiwéu, em 1947, como etnólogo da Seção de Estudos do SPI (Serviço de Proteção ao Índio). Eram, naquele ano, 235 indivíduos divididos em três aldeias.
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Com os Urubu-Ka’apor, Darcy fez duas expedições entre 1949 e 1951. Encontrou os indígenas muito debilitados com várias doenças transmitidas pelo homem branco, principalmente o sarampo. Com os Ofayé, Darcy passou apenas quatro semanas. Naquela época eram 200 indivíduos, dez vezes menos do que a população estimada de quando foram contatados pela primeira vez, pelo General Candido Rondon, em 1903.
Serviço
Exposição “Kadiwéu.Ofayé.Urubu-Ka’apor – Os índios de Darcy Ribeiro”
Data: de 26 de outubro a 26 de novembro
Local: Casa de Cultura de Maricá – Praça Orlando de Barros Pimentel
Horários: De terça-feira a domingo, das 9h às 16h30
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